IAC lança quarta edição do Programa +Cana de transferência do sistema MPB

Sis­tema de Mudas Pré-Bro­tadas, que inovou o modo de plan­tar cana no Brasil, é trans­feri­da em parce­ria com­Coplana e Soci­cana

Nes­ta quin­ta-feira, 31 de janeiro de 2019, será lança­da a quar­ta edição do Pro­gra­ma +Cana, fru­to da parce­ria entre o Insti­tu­to Agronômi­co (IAC), a Coop­er­a­ti­va Agroin­dus­tri­al (Coplana), e a Asso­ci­ação dos Fornece­dores de Cana de Guari­ba (Soci­cana), que resul­tou em uma mudança de par­a­dig­ma no plan­tio de cana-de-açú­car. O lança­men­to será em Guari­ba, às 8h30, no Auditório da Soci­cana. O pro­je­to envolve o Sis­tema de Mudas Pré-Bro­tadas (MPB), desen­volvi­do pelo IAC há dez anos e trans­feri­do a canav­icul­tores de diver­sas regiões do Brasil, com acom­pan­hamen­to téc­ni­co em todo o proces­so e cessão de novas var­iedades de cana IAC, adap­tadas às regiões de cul­ti­vo.

A qual­i­fi­cação da pro­dução tem con­tribuí­do para alçar alguns pro­du­tores a viveiris­tas de mudas cre­den­ci­a­dos pelo Min­istério de Agri­cul­tura Pecuária e Abastec­i­men­to (MAPA). Este nív­el de profis­sion­al­iza­ção é uma con­quista da equipe respon­sáv­el pelo tra­bal­ho e dos agricul­tores envolvi­dos, na avali­ação do pesquisador do IAC e coor­de­nador do pro­je­to de MPB, Mau­ro Alexan­dre Xavier.

Para esta nova edição está sendo pro­pos­ta uma maior capi­lar­i­dade, poden­do chegar ao total de 50 par­tic­i­pantes asso­ci­a­dos à Coplana e Soci­cana. O obje­ti­vo é faz­er a lig­ação com os ben­e­fi­ci­a­dos de edições ante­ri­ores de for­ma integra­da.

De acor­do com Xavier, uma muda pré-bro­ta­da é um pro­du­to com val­or agre­ga­do, que trans­fere ao setor pro­du­ti­vo uma pos­si­bil­i­dade de mul­ti­pli­cação acel­er­a­da e as var­iedades de cana IAC, com a garan­tia de suas car­ac­terís­ti­cas genéti­cas, vig­or e padrão fitossan­itário. “Há a trans­fer­ên­cia de um pro­du­to de tec­nolo­gia agre­ga­da, ou seja, mod­er­nas var­iedades na for­ma de MPB”, resume.

As var­iedades entregues aos par­tic­i­pantes do Pro­gra­ma +Cana são indi­cadas em função de critérios téc­ni­cos, con­sideran­do as car­ac­terís­ti­cas da região. Para a quar­ta edição serão indi­cadas as seguintes var­iedades: IACSP95-5000, IACSP95-5094, IACSP01-3127, IACSP01-5503 e IACSP97-4039.

Esse tra­bal­ho é ori­en­ta­do pelo com­par­til­hamen­to da pro­dução: o IAC faz a eta­pa de bro­tação da muda, con­sid­er­a­da a mais críti­ca, ofer­e­cen­do o mate­r­i­al pré-bro­ta­do ao agricul­tor, que faz a acli­matação 1 e 2, den­tro da pro­priedade, e final­iza a MPB. “A ideia é levar para den­tro da pro­priedade rur­al essa for­ma com­par­til­ha­da entre a pesquisa cien­tí­fi­ca e um grupo de pro­du­tores, que se divi­dem na tare­fa de ger­ar o pro­du­to usa­do pelo setor”, diz o pesquisador do IAC, da Sec­re­taria de Agri­cul­tura e Abastec­i­men­to do Esta­do de São Paulo.

Esta quar­ta fase do pro­je­to com­ple­men­ta as três já exe­cu­tadas com os pro­du­tores sele­ciona­dos pela Soci­cana e Coplana. “Essas ações têm como hipótese ger­ar facil­i­dade para o pro­du­tor e via­bi­lizar a uti­liza­ção de MPB em larga escala na real­i­dade da pro­priedade agrí­co­la, por­tan­to, geran­do des­do­bra­men­tos na logís­ti­ca, reduzin­do o cus­to de pro­dução da MPB e qual­i­f­i­can­do o proces­so pro­du­ti­vo”, expli­ca.

A primeira fase foi real­iza­da de maio de 2015 a jul­ho de 2016. A segun­da, de jul­ho de 2016 a maio de 2017 e a ter­ceira, de maio a dezem­bro de 2017. De uma edição para out­ra, a equipe téc­ni­ca aprovei­ta os pon­tos favoráveis de cada uma, apri­moran­do a trans­fer­ên­cia da tec­nolo­gia.

Den­tre os par­tic­i­pantes de edições ante­ri­ores, a avali­ação é muito pos­i­ti­va. Para Rena­to Tre­vi­zoli, a adoção do sis­tema MPB tem resul­ta­do em gan­hos sig­ni­fica­tivos em pro­du­tivi­dade e aumen­tan­do a janela de plan­tio. “A implan­tação de viveiros na pro­priedade nos trouxe uma grande inde­pendên­cia para a intro­dução de var­iedades novas e a pos­si­bil­i­dade de avaliar vários mate­ri­ais den­tro dos viveiros, pos­si­bil­i­tan­do uma escol­ha mais segu­ra quan­to à eleição do mate­r­i­al que será des­ti­na­do para a área com­er­cial”, avalia Tre­vi­zoli, pro­du­tor que faz parte da quar­ta ger­ação da família ded­i­ca­da à agri­cul­tura.

O pesquisador con­sid­era que, além da trans­fer­ên­cia da tec­nolo­gia e da ino­vação que car­ac­ter­i­zam esse tra­bal­ho, a inter­a­tivi­dade é bas­tante forte nes­sa ação. “Traze­mos o agricul­tor para den­tro da insti­tu­ição de pesquisa e nós, pesquisadores, vamos para den­tro da pro­priedade agrí­co­la, onde de fato as coisas acon­te­cem”, expli­ca.

Para Xavier, o destaque do pro­je­to é capac­i­tar real­mente o pro­du­tor, inde­pen­den­te­mente do porte da pro­priedade, para que ele faça a gestão de seu mate­r­i­al de propa­gação, man­ten­do a qual­i­dade no proces­so e abrindo out­ras pos­si­bil­i­dades de negó­cio.

O aces­so ao sis­tema MPB é vis­to de for­ma pos­i­ti­va pelo super­in­ten­dente da Soci­cana, Rafael Bor­don­al Kala­ki, con­sideran­do o con­hec­i­men­to téc­ni­co que o pro­du­tor adquire durante o pro­gra­ma para desen­volver suas próprias mudas e o aces­so a novas var­iedades do IAC. “A pro­dução de MPB pode ser uma fer­ra­men­ta para pequenos, médios e grandes pro­du­tores. Com poucos inves­ti­men­tos, é pos­sív­el pro­duzir a MPB, mon­tar seu viveiro primário e até com­er­cializar as mudas”, avalia.

Na opinião de Pablo Sil­va, gestor do depar­ta­men­to de Tec­nolo­gia Agrí­co­la e Ino­vação da Coplana, o pro­gra­ma pode mudar com­ple­ta­mente os resul­ta­dos do canav­icul­tor. “Temos pequenos pro­du­tores que pas­saram a con­tar com um novo seg­men­to de negó­cio, ver­ti­cal­izan­do a pro­dução, tor­nan­do-se viveiris­tas licen­ci­a­dos e cre­den­ci­a­dos, aptos à com­er­cial­iza­ção de MPB”, diz.

Sil­va comen­ta as novi­dades da atu­al edição. “Temos novas cul­ti­vares do IAC de destaque, a inte­gração das mel­hores práti­cas das edições ante­ri­ores e a social­iza­ção do mod­e­lo, pois esta­mos nos preparan­do para aten­der até 50 novos Polos Pro­du­tores, por­tan­to em uma abrangên­cia muito maior”, con­clui.

Fuente: Canaon­line